Pular para o conteúdo principal

Desequilíbrio fiscal pode trazer de volta inflação e juros altos, diz Campos Neto

 ECONOMIA

*”Desequilíbrio fiscal pode trazer de volta inflação e juros altos, diz Campos Neto”*
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou, nesta segunda-feira (24), que o desequilíbrio fiscal –decorrente do aumento de gastos com pandemia do novo coronavírus e de possível frustração das reformas em tramitação no Congresso Nacional– poderia levar o país a "voltar para a situação antiga, com inflação e juros altos". ​Segundo ele, o "1% que que mexer no juro, o impacto é muito maior", explicou em evento virtual promovido pelo jornal O Estado de S. Paulo. Campos Neto disse que o afrouxamento do teto de gastos pode gerar esse desequilíbrio nas contas públicas e que seria melhor priorizar a preservação do teto e buscar alternativas no Orçamento. "Deve haver espaço de manobra [no Orçamento]. Se não tem, precisa cortar alguma coisa", argumentou. Com dificuldades para refinanciar a dívida, o governo estuda aprovar um repasse de R$ 400 bilhões dos resultados cambiais do BC para o Tesouro. "Não sou contra, mas defendo que tenhamos um colchão para absorver flutuações futuras", ressaltou. Sobre a queda da taxa básica e sobre qual seria o seu piso, discutido nas últimas reuniões do Copom (Comitê de Política Monetária), o presidente do BC afirmou que o país experimenta um novo nível de juros básicos depois de um histórico de Selic alta. Ele ponderou que alguns sistemas são modificados quando os juros caem bruscamente e ressaltou que não é impossível cortar abaixo de 2% ao ano, e que o movimento nessa linha "exige cautela". "Muda a estrutura de financiamento do sistema financeiro. Por exemplo, muitos estão retirando dinheiro de fundos de renda fixa e colocando na poupança por conta da taxa de administração." Campos Neto disse ainda que os bancos seguraram papel-moeda. Esse, segundo ele, foi um dos motivos de o BC ter que imprimir mais dinheiro, além do aumento da demanda por causo do auxílio emergencial e do entesouramento (quando o dinheiro fica parado na mão das pessoas e não circula).
"O numerário começou a não voltar para o BC por causa da taxa de custódia. Algumas instituições preferem ficar com a moeda rendendo zero por conta da taxa de custódia, já que o custo de oportunidade cai", afirmou. Esse, segundo ele, foi um dos motivos de o BC ter que imprimir mais dinheiro, além do aumento da demanda por conta do auxílio emergencial e do entesouramento (quando o dinheiro fica parado na mão das pessoas e não circula). Campos Neto contou que, no início da crise, foram feitos testes de estresse e o BC tinha uma reserva de R$ 50 bilhões, que não seriam suficientes. Com a extensão do auxílio emergencial, a autoridade monetária precisou emitir mais cédulas em pouco tempo. "E a única forma de fazer isso era criando a cédula de R$ 200. Gostaria de deixar bem explicado, porque de fato vai contra o que o BC vem pregando, mas a ideia não é ir contra o processo de digitalização, ao contrário, é um tema que vai continuar", explicou. Campos Neto antecipou, durante o evento, que o BC fará em breve o anúncio de uma agenda ligada a sustentabilidade e inclusão. "Ouvimos para ser sustentável temos produtividade menor, mas é o contrário, quanto mais sustentável, mais produtivo", pontuou.

Créditos FPA

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Lula diz que BRICS tem o direito de buscar alternativas ao dólar para comércio internacional

Lula diz que BRICS tem o direito de buscar alternativas ao dólar para comércio internacional   Créditos Xinhua

Omissão de Campos Neto com dólar aumentou inflação e preparou terreno para subir os juros

Omissão de Campos Neto com dólar aumentou inflação e preparou terreno para subir os juros Dólar alto sob atuação inerte de Campos Neto impulsionou inflação da indústria e encareceu alimentos em 2024, prejudicando a população, diz Aquiles Lins Leia mais »   Créditos Brasil 247

LFS Assuntos Rurais - Fiagros crescem 315% em dois anos e atingem patrimônio líquido de R$ 43,7 bilhões em 2024 - créditos Globo Rural

    LFS Assuntos Rurais - Fiagros crescem 315% em dois anos e atingem patrimônio líquido de R$ 43,7 bilhões em 2024. Performance dos CRAs manteve a evolução acima da média do mercado. Créditos Por Victoria Netto/Globo Rural, leia mais: https://capitaofernandoagriculturaepecuaria.blogspot.com/2025/02/lfs-assuntos-rurais-fiagros-crescem-315.html • Receba as principais notícias sobre o Agro no seu whatsapp: https://chat.whatsapp.com/IQ0hcYeyvlXCxVohaQhf04 -------------------