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Crise entre China e EUA gera riscos para o Brasil



Exportadores de suínos seriam beneficiados com sobretaxas chinesas
Exportadores de suínos seriam beneficiados com sobretaxas chinesas KÁTIA MARCON/KÁTIA MARCON/EMATER/DIVULGAÇÃO/JC Thiago Copetti



A sobretaxa chinesa a 128 produtos norte-americanos, anunciada nesta semana, pode representar ganhos de venda para a carne suína brasileira (um dos itens da pauta). Os danos dessa guerra comercial incipiente entre os gigantes norte-americano e asiático, porém, podem ter efeitos mais amplos e até mesmo reflexos nefastos para o Brasil. Enquanto a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) avalia que os embarques brasileiros de carne suína podem ser beneficiados com a possível elevação da tarifa de importação da China aos Estados Unidos, a Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB) acredita que o aprofundamento da crise entre China e EUA tende a reduzir o comércio internacional como um todo e ampliar medidas protecionistas em diferentes continentes. Francisco Turra, presidente da ABPA, estima que o possível aumento para 25% no imposto sobre produtos suínos norte-americanos no mercado chinês pode acelerar um movimento de ampliação das compras no Brasil. De acordo com a ABPA, os importadores asiáticos já vinham incrementando suas compras por aqui desde janeiro. A barreira tarifária sobre o produto norte-americano vem logo após o país asiático assumir a liderança entre os maiores compradores de carne suína do Brasil, importando 11,959 mil toneladas no mês de fevereiro (o equivalente a 28,4% do total). No bimestre de 2018, a alta acumulada chega a 140%, com 25,5 mil toneladas embarcadas. Em 2017, ainda segundo a ABPA, os Estados Unidos exportaram para a China o equivalente a 275 mil toneladas de carne suína in natura, gerando receita de US$ 488 milhões. No mesmo período, o Brasil embarcou 48,9 mil toneladas para o território chinês, com receita de US$ 100,6 milhões. Na contramão do otimismo dos produtores de suínos está a preocupação do presidente AEB, José Augusto de Castro. Apesar de considerar que a medida chinesa é apenas uma forma de "mostrar as garras", e não um ataque real ao poderio norte-americano, Castro ressalta que os movimentos recentes dos dois países poderão levar outras nações e blocos, como a União Europeia, e adotarem também ações de proteção de seus mercados. "Neste caso, haveria uma queda geral do comércio global e, assim, os preços das commodities tendem a cair. Isso afetaria o Brasil", alerta Castro. O presidente da AEB, no entanto, avalia que o anúncio de sobretaxa mexe em um mercado muito pequeno (cerca de US$ 3 bilhões) frente ao somatório das transações totais chinesas com os Estados Unidos (mais de US$ 3 trilhões). Por isso, Castro considera que o anúncio tem principalmente um caráter de atender à necessidade institucional da China de reagir às restrições ao aço e alumínio chinês anunciadas por Donald Trump no mês passado. A forma como as negociações entre os dois países vão se comportar daqui para frente é que ditará os rumos dos negócios internacionais, destaca o executivo.   Trump deve apresentar lista de tarifas nesta semana O governo dos Estados Unidos deve anunciar, nesta semana, uma lista de produtos chineses que serão alvo de tarifas de importação. O presidente Donald Trump havia assinado no dia 22 de março um decreto de tarifas contra a China. No decreto, ficou estabelecido que os produtos que seriam tarifados deveriam ser indicados pelo representante de comércio dos EUA até esta sexta-feira. A medida do governo norte-americano é uma forma de punição a Pequim, que tem procurado se apropriar indevidamente da propriedade intelectual dos EUA. A expectativa é que as novas tarifas sejam direcionadas sobretudo a produtos de alta tecnologia. A medida, contudo, alimenta os temores de uma guerra comercial mundial. O cenário econômico internacional já estava tenso devido à decisão dos EUA de sobretaxar o aço e o alumínio importados de vários países. - Jornal do Comércio (http://jcrs.uol.com.br/_conteudo/2018/04/economia/619871-crise-entre-china-e-eua-gera-riscos-para-o-brasil.html)

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