Coordenador da campanha de Lula diz que reação à fala sobre responsabilidade fiscal foi especulativa - créditos CNN
Coordenador da campanha de Lula diz que reação à fala sobre responsabilidade fiscal foi especulativa
Edinho Silva diz que declaração imprime transparência ao governo eleito e permite que o mercado se organize
O coordenador de comunicação da campanha de Lula, Edinho Silva, afirmou que o presidente eleito dá previsibilidade ao mercado ao reconhecer que haverá ampliação do déficit fiscal para caber os gastos sociais. Para ele, a reação do mercado às declarações de Lula sobre responsabilidade fiscal e social foi desproporcional e especulativa.
“Vivemos no país uma paúra porque as pessoas sofrem pelo que elas interpretam. O que o Lula fez para que gerasse essa instabilidade toda? Nada. Foi uma interpretação que fizeram para agir de forma especulativa”, disse a jornalistas na saída do Centro Cultural Banco do Brasil, sede do governo de transição.
Em seu primeiro discurso em Brasília, após o resultado das eleições, Lula questionou por que as pessoas precisam ser levadas ao sofrimento por conta de garantir a tal da estabilidade fiscal desse país. O presidente eleito também criticou o corte de gastos na área social com intuito de fazer superávit fiscal.
Após queda na bolsa de valores e alta do mercado, vários interlocutores saíram para apagar o incêndio. Edinho Silva afirmou que a fala de Lula imprime transparência ao governo eleito e permite que o mercado se organize.
“Estamos diante de uma situação gravíssima. O país tem um déficit e vai ter descontinuidade de programas e projetos. Estamos dizendo para o Brasil: vai ter um déficit aqui e ele vai ser ampliado. E ao longo do tempo trazemos esse déficit para dentro do orçamento. Isso é previsibilidade. É tudo o que o mercado quer. Isso é você governar com perspectiva de estabilidade econômica”, disse.
Há dúvidas sobre os planos do novo governo a respeito do teto de gastos, que Lula já afirmou que irá acabar, mas não apontou o que e como substituí-lo na função de âncora fiscal, ou seja, uma trava para os gastos públicos. O aliado de Lula pregou que, mesmo assim, a gestão será responsável. “A hora que o presidente eleito for presidente e tivermos todo o instrumental de gestão da economia, nós faremos uma gestão muito melhor do que o atual governo. Se ajusta. Nesse momento não há como”.
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