Desemprego no Brasil alcança recorde de 14,4 milhões de pessoas em fevereiro
Rio de Janeiro, 30 abr (Xinhua) -- O desemprego no Brasil registrou 14,4% no trimestre finalizado em fevereiro, o que equivale a um recorde de 14,4 milhões de pessoas, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgada nesta sexta-feira.
Em comparação com o trimestre anterior entre setembro e novembro de 2020, o desemprego no Brasil subiu 0,3 ponto percentual, enquanto que, com relação ao mesmo período do ano passado o aumento foi de 2,7 pontos percentuais.
Segundo o IBGE, as 14,4 milhões de pessoas sem emprego no Brasil constituem um recorde desde 2012, quando o desemprego começou a ser medido trimestralmente e supõem um aumento de 2,9% (mais 400 mil pessoas) em comparação com o trimestre imediatamente anterior e de 16,9% (2,1 milhões de pessoas) com relação ao mesmo período do ano passado.
A população ocupada chegou a 85,9 milhões de pessoas, estável com relação ao trimestre anterior e 8,3% inferior (menos 7,8 milhões de pessoas) do que há um ano atrás.
Nos primeiros dois meses do ano, a economia brasileira perdeu 150 mil empregos formais, algo que, segundo o IBGE, era esperado devido ao fim das contratações temporárias do final do ano passado.
O nível de ocupação (percentagem de pessoas ocupadas em idade para trabalhar) foi de 48,6%, estável frente ao trimestre móvel anterior e 5,9 pontos percentuais inferiores ao mesmo trimestre do ano passado.
A taxa de subutilização foi de 29,2%, estável ante o trimestre móvel anterior e 5,7 pontos percentuais com relação há um ano atrás.
Por sua vez, a taxa de informalidade foi de 39,6% da população ocupada, ou seja, uns 34 milhões de pessoas, superior aos 39,1% do trimestre móvel anterior, mas inferior aos 40,6% do mesmo período do ano passado.
Não houve, nesse trimestre, uma geração significativa de postos de trabalho, o que também foi observado na estabilidade de todas as atividades econômicas, muitas ainda retendo trabalhadores, mas outras já apontando um processo de dispensa como o comércio, a indústria e alojamentos e alimentação. O trimestre volta a repetir a preponderância do trabalho informal", disse a analista da pesquisa, Adriana Beringuy.
O rendimento real habitual entre dezembro e fevereiro foi de 2.520 reais (US$ 465), 2,5% menos do que no trimestre anterior e estável em relação ao mesmo período de 2020.
O aumento do desemprego se soma a outros indicadores que mostram uma queda da atividade econômica brasileira e a uma diminuição da confiança dos empresários e dos consumidores, devido principalmente ao agravamento da pandemia da COVID-19 no país e ao endurecimento das medidas de restrição.
Apesar disso, a previsão do mercado financeiro é que a economia brasileira, a maior da América Latina, cresça 3,09% este ano.
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