Governo brasileiro admite que o coronavírus pode afetar a economia do país
2020-02-28 13:35:07丨portuguese.xinhuanet.com
Rio de Janeiro, 27 fev (Xinhua) -- O governo brasileiro admitiu nesta quinta-feira que o surto do coronavírus pode afetar a economia do país, ao ter um impacto sobre o crescimento global e o preço das commodities.
O secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, explicou à imprensa que "o risco está tanto no preço das commodities como no crescimento menor do mundo. Temos que observar e estar preparados".
Segundo Almeida, "o que está todo mundo em dúvida é qual vai ser o impacto do coronavírus no crescimento mundial. Se a gente tiver uma queda muito forte na projeção de crescimento mundial, ele passa a ser um fenômeno mundial e afeta todo o mundo, e o Brasil também".
O Ministério da Economia está monitorando o avanço do contágio e seus possíveis impactos na economia. Nas próximas semanas, a pasta deve divulgar sua nova projeção sobre o Produto Interno Bruto (PIB) de 2020, atualmente em 2,4%.
O Brasil confirmou na quarta-feira o primeiro caso de coronavírus no país, o que derrubou a Bolsa de Valores de São Paulo, que fechou com uma queda de 7%, a maior desde 18 de maio de 2017.
"É só ver o reflexo na Bolsa. Quando a gente vê o reflexo na Bolsa lá de fora e aqui e os investidores correndo para maior segurança, você já tem um efeito concreto e claro no mercado financeiro. E aí tem expectativa de empresas eventualmente terem lucro menor. Mas vamos acompanhar, temos que ter plano de contingência e observar", disse.
Mansueto Almeida avalia que pode haver uma desorganização de cadeias produtivas dependentes de determinados insumos, com impacto na exportação de diferentes países. Mas ressalta que o efeito exato ainda é incerto.
"As informações são muito discrepantes. Às vezes analistas falam que o mercado está subestimando o efeito do coronavírus, outros dizem que está superestimando. A gente tem que esperar e ver. Se isso impactar o crescimento do Brasil, vai aparecer nos modelos do Ministério", disse o secretário do Tesouro. Créditos XINHUA
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