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ECONOMIA - Clima econômico na América Latina piora. E a culpa é do Brasil

FOTO: CAROLINA ANTUNES/PR



País teve queda de 24 pontos no Indicador de Clima Econômico (ICE) no primeiro trimestre

As expectativas dos investidores para o Brasil não são das melhores. De acordo com os números do último Indicador de Clima Econômico (ICE), a queda de 24 pontos para o Brasil no primeiro trimestre demonstra pouca confiança em mudanças econômicas a curto prazo. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira 9 pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), em parceria com o instituto alemão de pesquisa econômica Ifo.
Juntamente ao México, o Brasil foi responsável por liderar a piora no clima da América Latina, ambos influenciados pelo desempenho do Produto Interno Bruto (PIB). O cálculo do ICE é composto pelos indicadores das Expectativas e da Situação Atual, e um resultado mais atrativo era esperado principalmente pela promessa da reforma da Previdência, a maior aposta para salvar um desajustado governo Bolsonaro.
“Dentro do mercado de negócios, o tema da Previdência ganhou uma grande questão, mas não resolve os outros problemas também apontados pelo relatório, como falta de inovação”, disse Lia Valls, professora e pesquisadora do Instituto Brasileiro de Economia da FGV. 

China e Estados Unidos

O restante do mundo tem perspectivas mais positivas para os negócios, de acordo com o ICE. A recuperação do clima econômico se dá principalmente pela aparente melhora na guerra comercial entre China e Estados Unidos – mesmo ainda repleta de instabilidades. 
Na próxima semana, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, visitará a China. Em dois meses, será a vez do vice-presidente Hamilton Mourão. O governo Bolsonaro corre atrás de qualquer indisposição com a China, já que discursos do presidente, desde a época de campanha eleitoral, visavam atacar a política de comércio exterior do país asiático.
Lia Valls analisa que as viagens são estratégicas, principalmente, para “acordos pontuais do agronegócio”. A viagem de Tereza Cristina vai de encontro à peste suína que já matou mais de 1 milhão de porcos na China, que é vista como “oportuna” por investidores. “É uma porta de entrada importante para manter a pauta do agronegócio funcionando”, acrescentou a economista.
Uma relação mais próxima também configuraria certa competição com a exportação da carne norte-americana. O governo Bolsonaro pleiteia apoio dos EUA para entrar na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), um ‘clube dos ricos’ que poderia conceder ao investidor maior confiança para exportações e negociações com Brasil. Chile e México são os únicos representantes da América Latina que fazem parte da OCDE até agora.


  

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