A Argentina anunciou que vai propor reembolsar os seus credores em Buenos Aires, para contornar uma decisão judicial norte-americana que tem bloqueado os pagamentos da dívida feitos através da praça financeira de Nova Iorque.
"Para salvaguardar o pagamento aos credores que aceitaram as reestruturações de dívida de 2005 e 2010, o Banco Nacion (banco público) foi designado para substituir o Bank of New York Mellon, sem prejuízo do que decidam os detentores de títulos. É uma medida que depende da livre vontade", anunciou a presidente argentina, Cristina Kirchner, na terça-feira à noite, precisando que foi enviado ao Congresso um projeto de lei nesse sentido.
O montante relativo ao último pagamento da dívida aos credores da Argentina, no valor de 539 milhões de dólares, está bloqueado desde 26 de junho numa conta bancária em Nova Iorque por decisão de um juiz norte-americano.
A Argentina foi condenada pela justiça norte-americana a pagar 1,3 mil milhões de dólares a fundos especulativos que detêm menos de um por cento da dívida e que não aceitaram as reestruturações. Buenos Aires recusa-se a pagar alegando que isso comprometeria toda a reestruturação que foi aceite por 93% dos credores.
Para obter uma redução considerável da dívida pública após a crise de 2001 (de cerca de 70%), Buenos Aires propôs, como garantia, pagar aos credores através de contas nos Estados Unidos.
O conflito entre a Argentina e os fundos especulativos, ou "abutres", na designação de Buenos Aires, arrasta-se há anos.
Um dos fundos em causa, o Aurelius Capital Management, reagiu hoje em comunicado à proposta argentina considerando-a "ilegal".
"Os dirigentes argentinos escolheram ser fora da lei", acusou o fundo.
Comentários
Postar um comentário