OUTRA OPINIÃO
Contas sob controle
Ricardo Berzoini - Deputado Federal (PT-SP)
O mundo entrou em 2008 numa profunda crise econômica, cujas seqüelas ainda atormentam
países com altíssimos índices de desemprego e recessão. O Brasil tem conseguido atravessar a
tormenta com geração recorde de empregos, distribuição de renda e controle da inflação. A fórmula foi
não seguir o receituário neoliberal preconizado por instituições como o Fundo Monetário Internacional
(FMI).
Reféns de dogmas, alguns teóricos agora propalam a tese de que o Brasil estaria na contramão
da "austeridade" e insistem no mantra supremo do ajuste fiscal, como se as contas públicas não
estivessem sob controle. Essa pregação, que une economistas que atuaram nos governos tucanos a
comentaristas da mídia empresarial, mistura má-fé, interesses eleitorais e ideológicos.
O governo do PT e aliados não inventou a heterodoxia. A tese das políticas anticíclicas que
foram e vêm sendo adotadas é sustentada, por exemplo, por expoentes como Paul Krugman, Prêmio
Nobel da Economia.
A importância de manter uma política fiscal ativa em período recessivos ou de baixo crescimento
encontra bases teóricas nos trabalhos de Keynes. Não por acaso, Barroso Durão, presidente da
Comissão Européia, declarou no começo deste ano que as políticas ortodoxas de ajuste fiscal aplicadas
na Europa deveriam ser amenizadas pelos poucos efeitos no crescimento e pelos efeitos devastadores
no emprego e na renda.
Mesmo assim, os dogmáticos ortodoxos defendem o ajustamento "notável" da economia alemã,
esquecendo-se que o feito foi obtido via regramento do mercado de trabalho, que significou redução dos
salários reais, expansão de formas precárias e inclusive subsídios para as empresas manterem
trabalhadores. O milagre alemão também se explica pela unificação monetária, que passou por cima das
diferenças de competitividade das diferentes economias.
A boa gestão fiscal, instrumento importante de política econômica, deve ser sempre cotejada
com variáveis que os economistas neoliberais ignoram, como redução da desigualdade social e regional,
redução do desemprego e melhoria da renda dos trabalhadores. Os governos Lula e Dilma, desde 2003,
buscam o manejo conjuntural equilibrado desses indicadores. Com isso, reduzimos e desdolarizamos a
dívida pública, constituímos reservas cambiais respeitáveis e reduzimos o custo de rolagem da dívida
quase pela metade. Os que alardeiam que há descontrole fiscal hoje e que é necessário um ajuste de
austeridade são os mesmos que deixaram em 2002 um país com desemprego de mais que 12%, inflação
em alta e dívidas interna e externa crescentes.
Contas sob controle
Ricardo Berzoini - Deputado Federal (PT-SP)
O mundo entrou em 2008 numa profunda crise econômica, cujas seqüelas ainda atormentam
países com altíssimos índices de desemprego e recessão. O Brasil tem conseguido atravessar a
tormenta com geração recorde de empregos, distribuição de renda e controle da inflação. A fórmula foi
não seguir o receituário neoliberal preconizado por instituições como o Fundo Monetário Internacional
(FMI).
Reféns de dogmas, alguns teóricos agora propalam a tese de que o Brasil estaria na contramão
da "austeridade" e insistem no mantra supremo do ajuste fiscal, como se as contas públicas não
estivessem sob controle. Essa pregação, que une economistas que atuaram nos governos tucanos a
comentaristas da mídia empresarial, mistura má-fé, interesses eleitorais e ideológicos.
O governo do PT e aliados não inventou a heterodoxia. A tese das políticas anticíclicas que
foram e vêm sendo adotadas é sustentada, por exemplo, por expoentes como Paul Krugman, Prêmio
Nobel da Economia.
A importância de manter uma política fiscal ativa em período recessivos ou de baixo crescimento
encontra bases teóricas nos trabalhos de Keynes. Não por acaso, Barroso Durão, presidente da
Comissão Européia, declarou no começo deste ano que as políticas ortodoxas de ajuste fiscal aplicadas
na Europa deveriam ser amenizadas pelos poucos efeitos no crescimento e pelos efeitos devastadores
no emprego e na renda.
Mesmo assim, os dogmáticos ortodoxos defendem o ajustamento "notável" da economia alemã,
esquecendo-se que o feito foi obtido via regramento do mercado de trabalho, que significou redução dos
salários reais, expansão de formas precárias e inclusive subsídios para as empresas manterem
trabalhadores. O milagre alemão também se explica pela unificação monetária, que passou por cima das
diferenças de competitividade das diferentes economias.
A boa gestão fiscal, instrumento importante de política econômica, deve ser sempre cotejada
com variáveis que os economistas neoliberais ignoram, como redução da desigualdade social e regional,
redução do desemprego e melhoria da renda dos trabalhadores. Os governos Lula e Dilma, desde 2003,
buscam o manejo conjuntural equilibrado desses indicadores. Com isso, reduzimos e desdolarizamos a
dívida pública, constituímos reservas cambiais respeitáveis e reduzimos o custo de rolagem da dívida
quase pela metade. Os que alardeiam que há descontrole fiscal hoje e que é necessário um ajuste de
austeridade são os mesmos que deixaram em 2002 um país com desemprego de mais que 12%, inflação
em alta e dívidas interna e externa crescentes.
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